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quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Muitas vagas em hospitais são "compradas"

Uma reportagem divulgada no Globo de domingo revelou como funciona o esquema da máfia das internações nos hospitais do Rio. Diante disso, o vereador Paulo Pinheiro (PPS) deu entrada na última terça-feira, dia 23, no pedido de abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar a atuação dessa máfia, depois de conseguir a assinatura de 19 colegas da Câmara dos Vereadores. O número mínimo exigido era de 17 assinaturas. Agora, a instauração da CPI depende só da aprovação do presidente da casa, Jorge Felippe (PMDB). 

De acordo com os médicos, é comum internar pacientes até sem necessidade só para garantir o recebimento da propina paga por empresas de remoção hospitalar e clínicas. Para encher os leitos, as unidades de saúde dão dinheiro aos funcionários de ambulâncias em troca de doentes. “Já aconteceu de chegar paciente em estado grave na emergência e não haver leitos disponíveis no CTI porque tínhamos internado um doente sem indicação, até com sinusite e gripe. Questiono sempre o responsável da emergência se há necessidade de CTI, mas ele responde que é ordem da direção. Quando chega paciente de ambulância no CTI, o médico da emergência não pode reavaliar. De noite, é pior. Assim, não damos a atenção devida aos pacientes graves”, dia uma médica que trabalha em centros de terapia intensiva. 

Ao ler esta reportagem sei que minha mãe também foi vítima desse golpe. Uma vez ela foi num hospital de Laranjeiras para fazer simples exames, e acabou sendo internada no CTI e assim permaneceu por cinco dias, ao lado de pessoas realmente doentes. E ninguém a deixava sair, só depois de muita discussão que meu pai teve com os supervisores, é que deram alta. Ela até fez os exames, mas nunca viu os resultados.

O delegado titular Marcos Cipriano pretende chamar para prestar esclarecimentos representantes dos hospitais e funcionários das empresas de remoção hospitalar envolvidos no esquema. A atuação da máfia levou ainda o presidente do Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (Coren-RJ), Pedro de Jesus, a anunciar uma força-tarefa com 37 fiscais para inspecionar as firmas de remoção do Estado do Rio que constam do Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). Segundo ele, há cerca de cem dessas empresas no Rio. 

Fonte: www.oglobo.globo.com

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